14.2.08

o putozinho inocente da esquina. Vejo-o desde que nasceu, há uns 7 anos, nao sei bem, mas sei que as minhas brancas desde então cresceram exponencialmente. alias, agora, todo o meu cabelo é uma replica do topo da serra da estrela, sinto me imaculada. mas o puto, o puto tem piada. o seu tom de pele é claro, sem manchas da vida e os seus cabelos escuros voam soltos quando ele corre. as vezes, ele passa pela minha porta e entra, com uma certa vergonha e ao mesmo tempo desenvoltura e senta-se no sofá a meu lado. eu costumo ter um pratinho de bolachas na mesinha, enquanto vejo televisao, ele tira sempre três, é um miúdo guloso mas querido no final de contas.
Após alguns minutos a ouvi-lo mastigar as bolachas, ele pergunta "como estás?" e eu sorrio, feliz por alguém ainda querer ouvir as historias desta velha de cabelos brancos. e eu digo "bom, joão, hoje estou com vontade de te contar uma historia" e assim começo a partilhar as minhas memorias com este miúdo vivaço que me come cerca de 36 bolachas mensalmente, 432 ao fim de um ano talvez. Um dia começo a contabilizar quantos kilos de farinha dou eu a este puto traquina cujos ouvidos estão sempre abertos para mim.

5.2.08

era engraçado o modo como ela sorria ao de leve debaixo do sol, como as madeixas cor de cobre brilhavam quando ela penteava o cabelo com os dedos. sentava-se na relva e levantava o queixo, sentindo a luz a passar lhe pelas pálpebras. ela nao passava de uma miuda normal, como um aspecto normal, mas ela brilhavam no meio de todos nós. não nos era superior, nao nos olhavam com desdém mas irradiava algo que nao cheguei a perceber.
quando a ouvia, sentia as ondas da voz dela a passaram por mim e a levaram me tudo o que era mau. lembro-me disso e começo a tremer, sinto o frio de ja nao a ter cá.

21.1.08

15.1.08

31.12.07

Resolução da minha mãe para o ano de 2008:
encarcerar a Matilde em casa!


Bom ano para todos e principalmente para mim.
algum desejo?
sim, ter um ataque de raiva nas primeiras horas do ano!

28.12.07

26.12.07

462-0614

I get many phone calls now
they are all alike.
"are you Charles Bukowski,
the writer?"
"yes," i tell them.
and they tell me
that they understand my
writing,
and some of them are writers
or wat to be writers
and they have dull and
horrible jobs
and they cant face the room
the apartment
the walls
that night -
they want somebody to talk
to,
and they cant believe
taht i cant help them
that i dont know the words.
they cant believe
that often now
I double up in my room
grab my gut
and say
"Jesus Jesus Jesus, not
Again!"
they cant believe
that the loveless people
the streets
the loneliness
the walls
are mine too.
and when i hang up the phone
they think i have held back my
secret.

i dont write out of knowledge.
when the phone rings
i too would like to hear words
that migth ease
some of this.

thats why my number's
listed.


Charles Bukowski

Também eu posto às (quase) 4h da manhã!

nao gosto que guardem o pao no mesmo armario do chá, depois sabe-me mal...

23.12.07

Eram 17.01 e estava na praça no meio de muita gente.

"e se me atirasse ao chão e começasse a rebolar?"

A Cláudia olhou para mim com cara de parva e aí percebi o estado da minha sanidade.

22.12.07

Não acho que tenha de fazer o mínimo sentido!

FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA FREIRA.

o céu estava rosa hoje!

21.12.07

"É o teu amigo?"

peguei no carro às 5h da manhã. supostamente deveria ir para o trabalho pois demoro 1 hora e 20 minutos a lá chegar e começo logo às 6h30. acho desumano que as pessoas comecem a trabalhar tão cedo pela manha, por que devemos nós estar num escritório quando nem o sol acordou? não faz sentido. fiquei chateado logo a essa hora, o carro não pegava, bati com a porta e comecei a dar pontapés nas jantes. como não é a primeira vez que isto acontece, as jantes já têm varias moças dos meus pontapés. acho que é a única coisa em que realmente bato, no meu carro. agora que penso, acho que sou mesmo ingrato ao fazê-lo, coitado nunca me insultou... ao fim de 36 minutos de violência e amor, o carro acabou por pegar e la fui eu estrada fora.
uma vez matei na estrada, alias, varias vezes tendo em conta todos os insectos que ficam no meu para-brisas todos os dias. acho quase artístico ver as pequenas manchas de sangue que pintam o vidro quando os pequenos mosquitos chocam a alta velocidade no meu carro. Mas não é disso que quero falar, não, não vou falar da morte. hoje o sol acabou por nascer mesmo antes de entrar no escritório, isso merece um dia feliz. mesmo assim, às vezes penso que a morte é demasiado falada. pensamos demasiado no fim, o que realmente me importa é o café que bebo neste momento, das borras do café que vão ficar no fundo da chávena, do pires que tem manchas de qualquer que não sei dizer.
hoje atropelei um pombo e acho que o vou cozinhar logo à noite.

19.12.07

o senhor José levantou-se às 5 da manhã e foi de chinelos à casa de banho. fez chichi, segurando o seu encarquilhado pénis com uma folhinha de papel higiénico, enquanto pensava "como a vida está cara…". o senhor José suspirou quando a ultima pinga de chichi caiu na imensidão da sua retrete, puxou as calças para cima e foi lavar os dentes, reflectindo sobre os dentes que tinha tirado ao longo da vida. tinham sido muitos, infelizmente, demasiados pois agora já não conseguia mastigar sem a ajuda da sua dentadura. mesmo assim não tinha vergonha de sorrir e fazia-o sempre que podia. O senhor José sorriu pela janela e os pássaros voaram das arvores às 5 e 11 da manhã.

16.12.07

"Vem! Vamos andar de bicicleta!"

E foi a partir daí que o vento começou a lavar-me a face com tamanha rapidez, de negro passei a branco e o vento, o vento lambia me a cara a uma velocidade estonteante. Seguía a saia dela, branca e leve, à minha frente, ela ondulava no vento e eu quase conseguía sentir o algodão a roçar me na cara. e seguía até ao fim da estrada onde parámos e olhamos o sol poente de mãos dadas.

14.12.07

Hoje partilho da felicidade geral:

FÉRIAS!!!!!

13.12.07

a frase mais feliz que escrevi nestes últimos tempos:

Maravilhosas coisas que me encantaram dias a fio.

12.12.07

pequenas formigas seguem um rasto invisível de amizade, quando andam numa fina fila indiana.
são pequenas formigas que eu já provei, em miúda, quando um dia decidi come-las. não sei a que sabiam, perderam se no meio da minha saliva, talvez ainda uma delas esteja num canto da minha boca. talvez um dia o zé fique com uma em cima. eu não sei, mas as formigas eram giras.

9.12.07

Ontem à tarde fui ao Pingo Doce e apercebi-me que passaria a gastar 8€ todos os meses.

7.12.07

(Hoje a Lídia tem direito de antena)

A Lídia gostaria de comunicar a todos os seus admiradores, amigos e amantes, que pretende dedicar-se à castração humana.

Mas hoje, a Lídia, ainda não fala!

6.12.07

Sophie, este é para ti!

4.12.07

Gosto de fotografias tiradas em polaroid. Quero que esse facto fique registado.





Paul Banks

3.12.07

"We work, we (will) vote, we care. But NOBODY listens to us!"

The young adults

30.11.07

João, o que queres ser quando fores grande?

Eu quero ser astronauta e ir à lua.
Eu vi o filme do ET e eu gosto muito do ET, ele era simpatico e tinha dedos como nós, por isso eu podia jogar x-box com ele. Eu sei que vou ser astronauta porque quando era pequeno fui à Eurodisney, andei na montanha russa e nao vomitei e nao fechei os olhos. Eu sou mais valente que o andré da minha turma, mas ele joga futebol melhor que eu e tem namorada. Eu nao gosto do andré, ele é estupido e goza comigo porque eu tenho oculos. Eu nao lhe chamo nomes mas sei que vou ser astronauta e vou aparecer na televisão com o ET e ele nao. Por isso, eu sou mais fixe.

A Mariana andava com cara de caso, com cara de gato guloso...

Eram já 3 da madrugada e ainda ela passaricava por toda a casa em pezinhos de lã. A porta dos pais estava fechada à chave, quando isso acontecia era porque eles estavam ocupados, muito ocupados e só sairiam na manhã seguinte, com grandes olheiras. A Mariana podia ser pequena, mas sabia muito bem o que faziam eles.

A Mariana era uma criancinha cruel: tinha baptizado o seu gato de peluche com o nome Rato. Fazia questão de chamar-lhe sempre Rato! Vamos admitir... a Mariana era uma humilhadora!

À noite, a Mariana ia ao jardim e trazia bichinhos de todas as espécies. Ela gostava especialmente de lesmas, verdes, lentas e viscosas, trazia-as no bolso do seu vestido, para dentro de casa. Era certo que elas babavam-se muito mas isso não lhe importava...

A Mariana não gostava de sopa, recusava-se a comê-la por isso os pais obrigavam-na a comer espinafres. Para além de humilhadora, a Mariana era vingativa!
Ela tinha um pequeno almofariz que, um dia, havia roubado de uma qualquer loja de decoração. Adorava aquele pequeno pote, sentava-se à sua frente e fazia um olhar maléfico, como se fosse uma feiticeira amaldiçoada! Pegava em todos os bichos e nas suas adoradas lesmas e esmagava-os, sem dó nem piedade, liquido viscoso esguichava por todo lado, um liquido verde e mal-cheiroso tão parecido com sopa...
Sim, a Mariana era má!

No jantar do dia seguinte, a Mariana ocmia espinafres verdes com natas e sorria. Sorria, num esgar de ódio, enquanto os pais comiam a sopa.

29.11.07

O céu hoje estava limpo, sem nuvens ondulantes que assustassem os loucos pela meteorologia. As pessoas puderam usar sapatos de tecido, as mulheres pavonearam-se em saias e os homens puderam mostrar os pelos do peito sem ficarem com os mamilos tesos.

Hoje teve um dia realmente bonito mas, para minha grande pena, não ouvi os pássaros. Não vou dizer que eles em silencio estão a conspirar contra a espécie humana e a qualquer momento irão abater-se sobre nós como misseis cobertos de penas, tal como no filme. Não vou dizer isso, não... suponho que estivessem apenas ocupados a comerem outros animais, a cagarem na relva e nas cabeças das pessoas, tudo isto para manter a sanidade do nosso ecossistema.

Hoje estava um dia mesmo bonito.

25.11.07

Eu, Ana Sophia, estou apaixonada!

<3 Heima, um filme de Sigur Ros

"Eu tinha lido que se suicidavam muito mais pessoas no dia de Natal e no dia seguinte do que em qualquer outra altura. Aparentemente esta festa pouco ou nada tinha a ver com o nascimento de Cristo."

- Mulheres, de Charles Bukowski

24.11.07

21.11.07

Tudo por Titus...



"As pedras têm as suas vozes tal como as penas dos pássaros; a ira dos espinhos, os espíritos feridos, as armações dos veados, as costelas que se encurvam, o pão, as lágrimas e as agulhas. Os pesados pedregulhos e o silêncio dos frios pauis - têm as suas vozes - as nuvens insurgentes, os galispos e os vermes. Vozes que trituram a noite vindas de pulmões de granito. Os pulmões de ar azul os pulmões brancos dos rios. Todas essas vozes assombram os momentos de todos os dias; todas essas vozes preenchem as fendas de todas as regiões. Vozes que ele ouvirá, quando escutar, e quando os seus ouvidos estiverem atentos a Gormenghast, cujo falar será o infinito dos infinitos. Este é o som ancestral que ele terá de continuar, a voz das pedras amontoadas em torrões cinzentos até que ele morra entre a torre-mortal dos Groan. E estandartes serão arrancados então das ameias e paredes, e ele será levado para a Torre das Torres para jazer entre os despojos dos seus antepassados."

in Titus, O Herdeiro De Gormenghast

20.11.07

Testemunho de uma "cigana"

Desde que me conheço por gente que levo vida de cigana, mas nunca o fui. Lembro-me de nós como uns apaixonados pelo mundo, mas mais do que isso, apaixonados uns pelos outros.
Sempre que chegávamos a 23 de Agosto, arrumávamos tudo na carrinha e lá íamos nós, com um mapa na mão e um destino já traçado. Acho que nos habituamos aquela vida itinerante. Quando chegávamos a um lugar já estávamos a pensar no próximo. Era viciante!
No dia em que os deixei para trás, o meu irmão Frederick era ainda um rapazinho e eu tinha acabado de atingir a maioridade. Apaixonei-me por um norueguês de barba loira. A Anika, a minha irmã, nunca vai abandonar a minha mãe. Não a acho capaz de se entregar a mais nada ou ninguém para além daquele vicio.
Sempre achei a minha mãe muito bonita. Nas minhas primeiras crises existenciais lamentei não ter saído a ela. Nasci ruiva e com o corpo coberto de sardas, enquanto que ela (dizem) é parecida à Agnetha Fältskag.
Tinha 13 anos quando a minha mãe me explicou, de forma adulta, o que era o amor e quando aprendi que “jag älskar dig” em francês é “je t’aime”. Na altura podia jurar que aquele meu primeiro “je t’aime” ia ser para sempre, mas agora tenho um lar e não sei se algum dia vou querer voltar a ser “cigana”. Sei que se não achasse que valia a pena deixá-los não o tinha feito, mas agora passo meses sem saber se a Anika e a minha mãe estão bem e por onde anda o Frederick… São longos períodos à espera de noticias deles e essa é a parte mais difícil.
O meu cabelo já não é tão ruivo, mas as sardas nunca desapareceram e nunca chegamos a ir a Marrocos. A verdade é que eu não guardo más recordações da vida de andarilho e custa-me pensar que um dia posso acordar arrependida e a desejar o “23 de Agosto”.
Eu vou ser sempre uma Nilson, só que a Nilson que foi num cruzeiro pelos Fiordes e não voltou mais.
Às vezes pergunto-me se foi um erro, se vou deixar de ser feliz só porque parei de viajar. A Anika costumava dizer que “ser feliz é conhecer o mundo”, mas eu quero acreditar que posso ser feliz aqui.



Take You On A Cruise - Interpol

"(...)We sail today, tears drown in in the wake of delight
There's nothing like this built today
You'll never see a finer ship in your life
Along the way the seas will crowd us with lovers at night
There's nothing like this built today
You'll never see a finer ship or receive a better tip in your life
(...)
Oh my love we're sailing to Norway"

19.11.07



Não te preocupes Ivan. Não vou fazer disto cartazes. 8)



Foi num dia bonito, de céu enublado que o mar me levou para longe.


Lá estava eu, na areia, com os meus enrugados pés descalços, a sentir a areia fininha debaixo dos meus calos, de mãos dadas com o Tomé. Aquecíamos as mãos um ao outro, esfregando-as muito devagar não fosse a nossa pele quebrar-se. As ondas ao longe convidavam-nos a fechar os olhos e eu aceitei o convite. A luz escondida passava pelas minhas pálpebras e vi tudo claro, nuances de azul e cinzento... Senti a minha boca a formar um sorriso e pensei no Tomé, no belo Tomé com quem havia casado há tantos anos. Era isto com que tinha sonhado há muito muito tempo quando lhe disse que seria com ele que queria morrer, assim de mãos dadas.
O vento soprava-me os frágeis cabelos para trás e arrepiava a reluzente carequinha do Tomé. Abri os olhos e olhei para ele. Debaixo das rugas, via-lhe a beleza, todos os dias olhava assim para ele, lembrando-me do quanto o amava. Ele retribui-me o olhar e senti-me aconchegada por braços invisíveis.

Não dissemos uma única palavra todo o dia, falávamos por sorrisos e gestos, os sons já eram desnecessários. Os nosso corações batiam à mesma velocidade e isso as pessoas novas não sentem. Senti-me tão feliz ali, em frente ao azul infinito e voltei a fechar os olhos. Estava preparada para partir. Apertei ao de leve a mão do Tomé e deixei que o mar me levasse para junto de Deus.

Olá Estranho! (Um texto de Ana Carvas)

Uma questão várias vezes colocada (principalmente por pessoas que viveram no estrangeiro) é: como meter conversa com um desconhecido em Portugal. A verdade é que, por aqui, há a mania de só se falar com o amigo do amigo.

Com excepção dos amantes dos chats ou outros meios de engate virtuais, quase todos os outros portugueses sentem dificuldades em conhecer pessoas fora dos seus meios. A maioria das mulheres abordadas olham de forma quase ofendida para o atrevido que teve a lata de meter conversa. Por outro lado, a maioria dos homens abordados têm a tendência a desconsiderar as meninas que ousem tal peripécia. Com excepção, claro, para as meninas que estão muito acima das suas possibilidades (tipo uma modelo linda de morrer, com pernas de metro e meio).

Se isto se passa neste nosso jardim à beira-mar (tão bem) plantado, o mesmo não se passa na maioria dos outros países desenvolvidos. Experimentem um bar em Londres ou Nova Iorque e verão a diferença.

Por isso, meus amigos, aqui fica o meu repto: misturem-se! conversem com estranhos! não se sintam ofendidos por alguém vos achar suficientemente interessantes! Há algo melhor do que conhecer pessoas novas e realidades novas?

18.11.07

13.11.07

Tens um buraquinho no vestido por onde gosto de espreitar. quando o vestes, as vezes vejo-te o mamilo esquerdo, mas quando o puxas ligeiramente para cima, vejo-te o coração. Sao raros os dias em que o fazes, mas essas raras vezes valem por todos os outros momentos em que nao usas o vestido do buraquinho.

deixas-me ver os teus ventrilocos e auriculas, que bombeiam esse sangue que te mantêm viva. sao todos de um vermelho vivo, das mesmas cores das tuas quentes entranhas.
gostaria de lhes fazer uma prece, uma prece para que um dia eles trabalhariam tambem para mim. mas para ja nao passo de um pequeno observador.

um pequenino voyeur.

E lá estava o diamante, no topo de um monte de ossos.

só por cima do meu cadáver!, disseram eles.

Nem por um segundo quis desobedecer-lhes.

11.11.07

foi uma pérola que caiu no chão, órfã do pescoço onde repousava levemente. era uma pequenina pérola, disforme, que teimava em não rolar direito. rolou tão torto que acabou na sarjeta.
e a pequena pérola viu-se na sujidade e escuridão do esgoto, pequeno ponto branco no meio do imundo. se naquele momento olhássemos para dentro da sarjeta era como se estivéssemos a olhar para uma noite de luar.

mas depois vieram as ratazanas, titãs de dentes mutantes, cheiravam a podre!
viram a encantadora pérola e atacaram-na num pulo. ela acabou no estômago de um daqueles monstros, viajando para os intestinos e consequentemente entupindo todo o sistema excretor da ratazana. ela morreu em grande agonia enquanto a pequena pérola continuava branca e imune. A ratazana começou a decompor-se e acabou sendo devorada pelas suas queridas conterrâneas.
No meio destas reles canibais, uma mais destemida cometeu a estupidez de engolir a pérola. e pimbas, também ela morreu. Todas elas passaram pelo mesmo e toda a colónia acabou por definhar.

A pérola ficou ali sozinha durante dias e dias até que um dia, um amoroso rato pegou nela e levou-a dali para a fora, para o aconchego de uma qualquer parede de estuque.

Não sei que mais lhe aconteceu, mas suspeito, oh sim SUSPEITO, que também ela tenha matado o pobre do gato.

10.11.07




cheguei a casa com um sorriso. A sala estava a meia-luz, pousei a pasta num canto perto da porta e entrei na sala. Lá estava ele, com um de copo whisky na mão, a ouvir musica. olhei para ele e tirei o casaco. queria tanto tocá-lo e sentir-lhe o calor. Havia gaivotas na musica e desejei o mar, a praia, a areia dourada. Quis pequeno-almoço à beira mar... Mas isso seria num outro dia. Agora tinha-o só para mim na sala.

Pôs-me a mão em volta da anca e começamos a dançar muito lentamente, era a dança do amor, dois índios que desejavam a chuva dourada. dançamos de olhos fechados, senti tanto a mão dele. Bebemos até perder a conta, era tudo quente ali, a minha face ardia de desejo, nao aguentei mais e deitei-me no chão, braços esticados, contra o chão frio e pernas flectidas. Levantei ligeiramente o vestido, ele ajoelhou-se e passou a mão pela minha perna. desceu desceu em direcção ao meu pé e beijou-o.

Foi o primeiro beijo naquela noite.

3.11.07

Tip of the Day:

Num sábado à noite, sozinhos em casa, não se ponham a ouvir Buddy Holly.


"oooh... Children, Buddy Holly is dead and there's nothing that me or you can do about it.
I said!, Buddy Holly is dead and there aint nothing you can do about it."

O outro lado de Wisconsin

2.11.07

2

Quarta-feira 18


O Homem de Negócios já se foi, foi-se no dia 15. Era domingo, o primeiro dia da semana.

Voltei ao sonambulismo temporal.
Hoje não fui ao chinês, fiquei-me por uma barraca na berma da estrada. Peguei no carro e fui conduzir pela auto-estrada fora, em silêncio. Não quis ligar o rádio, irrita-me o modo pausado como os locutores falam, como repetem as mesmas palavras para encher o tempo até um bip estúpido marcar as 2h da manhã.

Decidi andar de carro para pensar claro, não consigo pensar em casa, faz-me chorar a mais e pensar a menos. Custou-me vê-lo a partir pela manhã, fui com ele até ao aeroporto. Sem querer, ele esventrou-me, tirou-me o coração para fora e fui obrigada a enfrentá-lo. Tinha trabalhado durante muito tempo para o fechar numa jaula e alimentá-lo o menos possível, fazer dele um anoréctico coração. Mas agora tudo isso pareceu ter sido em vão.
Pensei em sair do carro, sem o parar e atirar-me para a berma da estrada e ficar ali. Mas não o fiz, se há algo que não sou é suicida. Recuso-me sequer a pensar nisso. Eu criei-me, inventei-me. Não sou um simples fruto da natureza, desprendi-me de tudo o que conhecia e vim para aqui.
Não me vou desperdiçar só por causa de um homem.

Para quem anda de dieta:

Desserts (1998)


- Que dizes?
- Nada.

1

Sexta-feira 13

Não, não é um dia de azar. É um dia como todos os outros: comi sushi barato num restaurante chinês num beco de uma rua onde as putas mandam à noite. Sei que poderia ser uma delas mas hoje, oh hoje, as coisas foram diferentes.
Fui sair com o Homem de Negócios à tarde, vem cá uma vez por estação. É ele que me diz que o tempo passa; cheguei a um ponto em que tudo é igual, o sol nasce e põe-se todos os dias. Qual é a piada? sei que as cores mudam no céu durante o pôr-do-sol mas e se eu vos disser que sou daltónica? Sim, eu sei, estaria a mentir.
Fomos passear, ele levou-me às compras, comprei sapatos e lingerie. Ele sempre me deixa ser mulher, seduz-me por entre as cortinas dos vestuários e faz tudo isto como se de um afrodisíaco se tratasse. Depois leva-me para o quarto de hotel, onde fazemos amor, de janelas fechadas, apenas com a luz da cabeceira ligada. Sempre que está comigo, escolhe quartos com muitos espelhos. Ele sabe que eu gosto de ver, ver acima de tocar.
Quando acabamos, fumo um cigarro, nua, em frente à janela. Entretanto ele vai tomar banho, acho que nao quer que o meu cheiro se lhe entranhe na pele, lhe penetre os poros e que o seu coração o respire. Eu percebo. Não sou mulher para ele, não sou mulher para ninguém. Demasiado fria para aquecer quem quer que seja.
Esperei por ele na cama, ele veio e sentou-se no cadeirão, tão distante. Levantei-me e deitei-me a seus pés. senti a alcatifa nas minhas costas e as suas mãos nos meus cabelos. Puxou-os levemente como se me desejasse, mas logo os largou virando a cara para a janela. Eu sei que ele ama outra mulher, num outro lugar do mundo. Achei melhor deixá-lo sozinho, não me quero intrometer. Vesti-me e, à porta do quarto, beijou-me a face, dando-me a mão. Olhamo-nos nos olhos e vi-lhe o coração pela primeira vez. Vi uma tamanha tristeza que me gelou o corpo. Não fui capaz de lhe tocar, desci no elevador e comecei a chorar. Pela primeira vez, em anos, senti. Parei o elevador, não podia descer mais. Corri de volta ao quarto e tomei-o nos meus braços. De repente senti-o a soluçar, com o peito encostado na minha cara, foi um alivio tremendo. Ali, ambos sentíamos com o coração e não com o corpo.
Mais uma vez, deitamo-nos na cama e despimo-nos, por entre os lençóis, mas não fizemos amor. Foi só um desejo de toque, de calor. Não olhei para os espelhos e não liguei a luz. Queria tudo tão negro para que a cegueira se tornasse completa.
Não sei quanto tempo assim ficámos mas o calor foi mais intenso que nunca.

29.10.07

O filme da minha noite de 6ª feira:



Lucy: Have you ever been in love?
Alex: Lots of times.






In Stealing Beauty (1996)

Lucy por Liv Tyler
Alex por Jeremy Irons

28.10.07

O filme da minha noite de 5ª feira:




Sally: Tens é inveja porque ele é tudo o que tu não és!
Brian: Ele precisa é de alguém que o coma...
Sally: Eu já comi!
Brian: Eu também!





In Cabaret, Adeus Berlim (1972)

Sally por Liza Minnelli
Brian por Michael York


Para ajudar o Zero no próximo Carnaval:

Bigodes do séc. XIX

Vou tomar a liberdade de te sugestionar um em particular:



















Nota: E num próximo post, as fotos das criancinhas mortas!

A escritora indignada

Tenho um dedo espetado no meu olho, o teu dedo contra a minha retina.
Estás a levar as acusações demasiado a sério. Sentes o teu dedo seco das minhas lagrimas, fazes questão de bloquear as minhas glândulas lacrimais para nao me veres.
Só me vês quando choro, são como farpas no teu coração. Quando não choro nao passo de um animal para ti, é muito mais facil atacar um animal que um ser humano, não é? É assim que eles pensam na guerra. E tu como déspota que és, sabes bem isso.
Não passas de um comunista corrupto, institucionalizaste princípios de igualdade mas a dor tem uma só direcção.
Bebes demasiado dos outros, ficas embriagado à minha frente e sou sempre eu que te curo as ressacas.

26.10.07



Title: Portrait No. 19
Creator:Lam Qua, 1801-1860
Alternative Title:Lu Akwang
Description:Woman, elegantly dressed and coiffed, holdng her daughter. Gangrene of feet.
Date:1830-1850

25.10.07

Acabou de dar na televisão uma miúda com a sua mini visao dos 8 anos, a dizer:

"As batatas fritas cheiram mal."

Eu pergunto, o que raio se passa na cabeça destas crianças?!


Hoje alguém ainda vai morrer. Numa visita a fotlogs de conhecidos e desconhecidos já vi 3 fotos com pistolas.

Definitivamente, hoje alguém irá morrer.

22.10.07

hoje ela foi-se embora,pela manhã. pegou em tudo o que tinha no armário, pos numa mala e saiu. Bateu a porta com tanta força que o meu coração partiu-se, estilhaços perfuraram os meus pulmoes e deixei de respirar. vi tudo branco e cai no chao. nao senti os meus pés nem pernas nem braços, só a cabeça no chão frio da casa de banho.

eu amo-a muito, desde que conheci que se tornou no sol da minha vida mas o veio o inverno e a chuva e tudo esmoreceu em frente aos meus olhos. a luz tornou-se escuridão e o amor tornou-se numa cronica dor.

e agora foi-se embora, e eu aqui no chao da casa de banho sem a morfina.

16.10.07

David Lynch propõe (mexe as mãos) solução de paz para o Médio Oriente: A meditação.

Eu adoro o Lynch! Torna-se difícil esconde-lo. (ahahah)

Para saber mais:
http://sic.sapo.pt/online/noticias/mundo/20071016David+Lynch+visita+Israel.htm

"Where Tension meets Passion"




The Who - Shakin' All Over

When you move in right up close to me
That's when I get the shakes all over me

Quivers down my backbone
I got the shakes in the knee bones
Shivers down my thigh bones
Like I'm
Shakin' all over

That's what happens when you say goodnight to me
Bring this feeling all inside of me
Quivers down my backbone
I got the shakes in the knee bones
Shivers in the thigh bones
Like I'm
Shakin' all over

14.10.07

Não digam que é duro ser homem.
Uma mulher sofre tanto como um homem.


O amor não é como o cancro da próstata.

Nas tuas nuas costas escondem-se elos de uma espinha endiabrada, nos quais se abrigam malditos monstros que me atacam o coração. Saltam que nem cangurus em ecstasy tal como a tua perna neste momento.

Quero matar os monstros mas nao consigo.
Sinto a porcaria da impotência na flor dos meus 17 anos e porra, nao há viagra para mulheres!

Curioso sentir a tua coluna, como ela acaba em dois pequenos ossos, presumo que pertençam ao cóxis. Dois pequenos nucleos que tanto sentes e dos quais nunca sabes o que escolher.

É essa a tua historia de vida, não saber (o que) escolher, nascida contigo próprio.

Gostava de me livrar deste cancro chamado Coração.

12.10.07

O meu post mais egoísta de sempre:

"Yet that in love find luck and sweet abundance,
And live in lust of joyful jollity,
Arise for shame, do way your sluggardy :
Arise, I say, do May some observance.
Let me in bed lie dreaming in mischance ;
Let me remember my mishaps unhappy,
That me betide in May most commonly ;
As one whom love list little to advance.
Stephan said true, that my nativity
Mischanced was with the ruler of May.
He guessed (I prove) of that the verity.
In May my wealth, and eke my wits, I say,
Have stond so oft in such perplexity :
Joy ; let me dream of your felicity."
Thomas Wyatt

10.10.07

VOTE

"I am the Commander - See, I don't need to explain - I do not need to explain why I say things. That's the Interesting thing about being the President."

- George W. Bush

9.10.07



Não, não é o Trotsky. É o meu professor de filosofia. 8)



-2 pulmões

(asfixia)

"Jeremy "I wish I was Irish" Irons lives beside this guy I know. In his big gay pink castle."

Jem Mclovin

8.10.07




















O homer percebe-me.

7.10.07

What's masturbation?
Having sex with someone you really trust.



Tinha perninhas brancas e um belos sapatos castanhos de salto alto. estava deitada na relva com um copo de champanhe na mão. fui à beira dela e reparei que estava morta, mas engraçado, porque ela tinha um pequenino sorriso na cara. sentei-me ao lado dela, dei-lhe a mão e comecei a falar lhe.

Disse-lhe que a tinha visto esta noite na festa a dançar muito animada com os senhores de fato e cachimbo, os sons da grafonola envolviam-nos num bela dança. Pensei nela como um encantadora cascavel que escorregava por entre todas aquelas barrigas proeminentes. Confesso que gostava de ter dançado com ela também, talvez o faça agora. olhei de novo para o sorriso dela, bom, acho que ela não se importa de dançarmos uma só vez.

descalcei-a delicadamente, peguei-a pelo diafragma, agarrei-a contra o meu peito. oh ainda estava quente. sorri-lhe também e dançamos lentamente. tinha de ser assim devagarinho senão ela ainda caia e eu não a queria magoar. dei-lhe um beijo nos labios e linhas de batom vermelho desenharam-me o sorriso dela na minha face. oh como eu estava feliz. ela também deveria estar, possivelmente a ver-se a si própria encostada a mim, algures num outro sitio longínquo. e assim, comecei a cantar :

Is it a sin, is it a crime
Loving you dear like i do
If it's a crime, then, i'm guilty
Guilty of loving you.

6.10.07

"Entretanto, o ano do seu décimo quinto aniversário não lhe reservara apenas a descoberta de que o beijo se dá com a boca aberta, ou de que o amor é sobretudo uma fonte de sofrimento. Descobriu uma terceira coisa: a masturbação. Foi quase por acaso, brincando com seu sexo enquanto esperava a mãe voltar para casa. Costumava fazer isso quando era criança, e gostava muito da sensação agradável — até que um dia seu pai a viu e lhe deu uma surra, sem explicar o motivo. Jamais esqueceu as pancadas, e aprendeu que não devia ficar tocando-se na frente dos outros; como não podia fazer isso no meio da rua, e como em sua casa não havia um quarto só para ela, esqueceu-se da sensação agradável.

Até aquela tarde, quase seis meses depois do beijo. A mãe demorou, ela não tinha o que fazer, o pai havia acabado de sair com um amigo, e na falta de um programa interessante na televisão, começou a examinar seu corpo — na esperança de encontrar alguns cabelos indesejados, que logo seriam arrancados com uma pinça. Para sua surpresa, notou um pequeno caroço na parte superior da vagina; começou a brincar com ele, e já não conseguia mais parar; era cada vez mais gostoso, mais intenso, e todo o seu corpo — principalmente a parte que estava tocando — ia ficando rígido. Aos poucos começou a entrar em uma espécie de paraíso, a sensação foi aumentando de intensidade, ela notou que já não enxergava ou escutava direito, tudo parecia ter ficado amarelo, até que gemeu de prazer e teve seu primeiro orgasmo.

Orgasmo! Gozo!

Foi como se tivesse subido até o céu e agora descesse de pára-quedas, lentamente, para a terra. Seu corpo estava encharcado de suor, mas ela sentia-se completa, realizada, cheia de energia. Então era aquilo o sexo! Que maravilha! Nada de revistas pornográficas, com todo mundo falando de prazer, mas fazendo cara de dor. Nada de precisar de homens, que gostavam do corpo mas desprezavam o coração de uma mulher. Podia fazer tudo sozinha! Repetiu uma segunda vez, agora imaginando que era um ator famoso que a tocava, e de novo foi até o paraíso e desceu de pára-quedas, ainda mais cheia de energia. Quando ia começar pela terceira vez, a mãe chegou.

Maria foi conversar com as amigas sobre sua nova descoberta, desta vez evitando dizer que tivera sua primeira experiência poucas horas atrás. Todas — com exceção de duas — sabiam do que se tratava, mas nenhuma delas havia ousado falar sobre o tema. Foi o momento de Maria sentir-se revolucionária, líder do grupo, e inventando um absurdo "jogo de confissões secretas", pediu a cada uma que contasse a maneira preferida de masturbar-se. Aprendeu várias técnicas diferentes, como ficar debaixo do cobertor em pleno verão (porque, dizia uma delas, o suor ajudava), usar uma pena de ganso para tocar o local (ela não sabia o nome do local), deixar que um rapaz fizesse aquilo (para Maria isso parecia desnecessário), usar o chuveiro do bidê (não possuía um em sua casa, mas assim que visitasse uma das amigas ricas, iria experimentar).

De qualquer maneira, ao descobrir a masturbação, e depois de usar algumas das técnicas que tinham sido sugeridas pelas amigas, desistiu para sempre da vida religiosa. Aquilo lhe dava muito prazer — e pelo que insinuavam na igreja, o sexo era o maior dos pecados. Através das mesmas amigas, começou a ouvir lendas a respeito: a masturbação enchia o rosto de espinhas, podia levar à loucura, ou à gravidez. Correndo todos estes riscos, continuou a se dar prazer pelo menos uma vez por semana, geralmente às quartas-feiras, quando seu pai saía para jogar baralho com os amigos. "

in "11 minutos", Paulo Coelho

6 de Outubro

É o 279º dia do ano no calendário gregoriano (280º em anos bissextos). Faltam 86 para acabar o ano.

Factos Históricos
891 - É eleito o Papa Formoso
1807 - Humphry Davy inicia as primeiras experiências com a eletrólise com a obtenção do elemento químico potássio
1831 - Revolta no Corpo de Artilharia da Marinha na Ilha das Cobras. Guarda Nacional repele os amotinados
1846 - João Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun toma posse como primeiro-ministro de Portugal, substituindo Pedro de Sousa Holstein.
1889 - Hans Meyer, Ludwig Purtscheller e o guia Yohana Lauwo alcançam o topo do Kilimanjaro 1923 - Manuel Teixeira Gomes substitui António José de Almeida no cargo de Presidente da República Portuguesa.
1973 - Guerra do Yom Kippur
1977 - Primeiro vôo do avião de caça MiG-29
1985 - Líder do Partido Popular, Lucas Pires, apresenta sua demissão
1991 - Elizabeth Taylor casa-se com Larry Fortensky, o seu oitavo marido
2002 - Canonização de Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei


Nascimentos
1459 - Martin Behaim, cosmógrafo, astrónomo e explorador alemão
1831 - Richard Dedekind, matemático alemão

1887 - Le Corbusier, arquitecto francês de origem suíça
1888 - Roland Garros, tenista e pioneiro francês da aviação
1903 - Ernest Thomas Sinton Walton, físico irlandês
1914 - Thor Heyerdahl, explorador norueguês
1915 - Humberto Sousa Medeiros, clérigo e cardeal português
1916 - Ulysses Guimarães, político brasileiro
1921 - Zé Keti, compositor brasileiro
1925 - Angela Lansbury, actriz morte americana, nascida em Inglaterra
1930 - Stanley Myers, violonista e compositor inglês
1931 - Riccardo Giacconi, físico norte-americano
1934 - Lia Wyler, tradutora brasileira de Harry Potter
1940 - Altemar Dutra, cantor brasileiro
1944 - José Carlos Pace, piloto brasileiro

1950 - Denise Frossard, política e juíza brasileira
1963 - Elisabeth Shue, atriz norte-americana
1966 - Jacqueline Obradors, atriz estadunidense
1974 - Fernando Scherer, nadador brasileiro
1978 - Samara Felippo, atriz brasileira


Mortes
23 - Wang Mang, fundador da Dinastia Xin
1101 - Bruno de Colônia, fundador da Ordem dos Cartuxos
1536 - William Tyndale, padre e académico inglês que traduziu a Bíblia para a versão inicial do moderno inglês
1644 - Isabel de Bourbon, princesa francesa
1855 - August Leopold Crelle, matemático alemão
1912 - Auguste Marie Francois Beernaert, ex-Primeiro Ministro belga
1940 - Adolfo Lutz, cientista brasileiro

1951 - Otto Fritz Meyerhof, bioquímico alemão
1973 - François Cévert, piloto de Fórmula 1 da França
1981 - Anwar Sadat, estadista egípcio
1989 - Bette Davis, atriz norte-americana
1999 - Amália Rodrigues, fadista portuguesa
2002 - Klaus von Amsberg, diplomata alemão


Fonte: Wikipédia

5.10.07


Robert McGee, scalped as a child by Sioux Chief Little Turtle in 1864.

1.10.07

James Dean, uma lenda.
( 8 de Fevereiro de 1931 - 30 de Setembro de 1955 )



James Dean, um verdadeiro artista, conhecido principalmente pelos seus trabalhos enquanto actor e fotógrafo, mas muito também pela sua rebeldia.

Fizeram ontem 52 anos desde a morte desta verdadeira lenda do século XX que morreu ainda muito jovem, com apenas 24 anos.

A morte chegou demasiado cedo para este astro, quando menos se esperava e o pior é que Dean morreu a fazer uma das coisas que mais gozo lhe dava, conduzir.

Era um ícone cultural e uma imagem a seguir para muitos dos adolescentes da sua altura, que assistiram de perto à sua curta mas brilhante carreira.

Por ter fama de Gay, Jimmy, como era conhecido entre os mais próximos, viu-se forçado a provar a sua masculinidade por várias vezes, mas mesmo assim assumiu-se como Gay para fugir ao serviço militar.

Não só pela sua beleza, mas também pelo seu talento, era alvo de muita inveja para os que o rodeavam e acabaram por surgir rumores de que estava ligado à prostituição.

Tinha uma vida social bastante agitada e o seu maior ídolo era Marlon Brando, com o qual as semelhanças parecem inevitáveis.

Esteve nomeado para os Oscar's mas os únicos prémios que recebeu ( Dois Globos de Ouro.) foram após a sua morte, em 1956.

O seu trabalho é reconhecido hoje em dia e continua a ser um ícone tanto da moda como do cinema, porque a verdade é que é impossível esquecer James Dean, um homem que (ainda) tinha muito para dar à arte e ao mundo.



O mundo recorda-o com saudade.





"Dream as if you'll live forever, live as if you'll die today"
-James Dean


Quem brinca com gatos saí arranhado.
Quem procura sarilhos também os arranja.


Quem te avisa teu amigo é.

:)

"Sabes, há uma certa flor... Tenho a impressão que estou preso a ela."


Amo-te?
Je ne sais pas.

30.9.07

Quero beber do teu copo de vidro.

D e v i a m o s p o d e r t r a s f o r m a r s a n g u e e m v i n h o .

Reciclagem de pensamentos:

Somos todos seres ambíguos.

"Hoje em dia já ninguém morre por amor.", diz a minha professora.

E eu respondo, "Pois não, agora morre-se por falta dele."

Já faltou mais...





Mas o tempo é uma ilusão.

Rub it 'til it bleeds

eram três da manhã quando abri a janela e vi o sol. soube que devia estar muito drogada para ver tal coisa mas isso pouco me importou.
fechei a janela e voltei a abri-la. fechei-a de novo e ABRI! e sol continuava lá, uma enorme mancha amarela no azul da noite. sorri como nunca e corri pela casa.
ouvi vozes a sussurrarem-me no ouvido, todas diziam "dança dança...". fiz o que me disseram e dancei. rodopiei como um pião e acabei por cair no chão, mesmo por debaixo do parapeito da janela. fechei os olhos e inspirei, senti todo o meu corpo a inchar, inchar e mesmo perto da explosão, abri os olhos! Saltei e atirei-me contra a cama, contra a cadeira, contra as paredes! sangrei do joelho e pingas de sangue pintaram o chão. pus o dedo numa delas e desenhei uma cara, tentei que fosse minha mas não consegui. ao invés, desenhei a cara do sol. sorri para ele e ele para mim. de repente vi fadas, pegaram-me nos cabelos e começaram a fazer-lhe tranças. depois pensei "e se eu lhes desse o meu cabelo? já não me faz falta... mas isso daria muito trabalho. e se eu cortar a cabeça???"

depois não sei o que fiz mas sei que agora já não tenho cabeça.

Vigésimo post, no trigésimo dia de Setembro.

29.9.07

"You could be my black Kate Moss tonight" Kanye West

LOL

Finalmente a chuva chegou! :)

28.9.07

De volta à verdade


lá está ela abandonada na minha cama, de ventre para cima, tão receptiva ao meu amor. Deixei a cama depois de ela ter adormecido. não quero que me sinta enquanto dorme, tenho de fugir-lhe ao coração. Peguei na câmara e vi-lhe as mãos através das lentes embaciadas, fotografei-as e guardei-as em negativo, no meu olho. é tudo o que quero guardar dela. dela e de todos os outros.

Na parede ainda estão as marcas das suas palmas quando a atirei com violência contra a parede, os cabelos dela pairaram no ar e o crânio dela embateu no cimento. Ela sabe que o fiz com amor, so quero a minha dor com ela, a dor de nunca a conseguir amar em pleno.

"quero comer-te as mãos!" é tudo o que lhe digo quando fazemos sexo. e ela, num gesto de pura misericórdia, cai inerte na cama com as mãos despidas pousadas nos lençóis prontas para eu as morder.

E aí eu rejubilo, até cair congelado na cama, acabado.

sou o maldito vírus que irá acabar contigo, nem que para isso tenho de te algemar.

27.9.07

Nunca as despedidas demoraram tanto.

26.9.07

o choque das 5 letras.

(e do hifen)

25.9.07

hoje fiz a cama duas vezes.

detestei ter de fazê-la à tarde quando saíste de cima dos meus lençóis, quando tive de fechar tudo, deixar tudo intocável como se nada tivesse acontecido ali. detestei voltar à normalidade.

e amanhã voltarei a fazer a cama. duas vezes

22.9.07

hoje a minha mãe perguntou-me porque rapei o cabelo. disse-lhe que era um projecto mutuo entre mim e Ele. nao Ele o Deus, mas o meu Ele. não lhe darei nome porque isso seria amarra-lo a pequenas silabas que nada me dizem. para mim, ele é simplesmente Ele, penso n'Ele e vejo-lhe todo o corpo, todas as moléculas que o constituem.
a minha mae perguntou me porque rapei o cabelo e menti-lhe. menti-lhe a ela e a mim própria. tentei imaginar que aquilo era um projecto mutuo, à medida que a minha feminilidade diminuia, a d'Ele aumentava, ao mesmo ritmo que os seus cabelos cresciam. eu tornava-me n'Ele e Ele em mim. seriamos o nosso proprio fim, um suicidio assistido, um homicidio planeado.
mas menti-lhe a ela e a mim própria. sabia que no fundo tentava destruir-me, tornar-me num minimo, reduzir me ao indispensavel. queria que me vissem tal como era, só com uma leve camada de roupa que facilmente poderia ser tirada. queria que me vissem mas ninguem viu para alem da mentira.

na sala de reuniões vazia...
estou eu com a garrafa do álcool. a garrafa do álcool que sempre me conforta depois do trabalho. não percebo porque me incitaram a estudar e arranjar emprego para depois me afogar nesta merda de garrafa. sinto o cabelo oleoso por entre os dedos, não consigo parar de lhe mexer imaginado as mãos de um amante entrelaçadas em mim. bebo mais uma vez, já perdi a conta do número de vezes que bebi hoje. ou era na casa de banho, ou às escondidas na pausa para o tabaco. todos me conhecem embriagada mas não o sabem, vêem a verdade mas nunca a reconhecem. eu gostava de ser como alguns que vivem tão embriagados quanto eu mas pela vida e não pelo álcool. Quero amaldiçoar os homens por terem produzido a porcaria das bebidas brancas que se tornaram no meu vício mais impuro.

sei que vou chegar a casa sozinha e lá dormirei sozinha. durmo sem roupa interior na leve esperança que um dia alguém entre em casa sorrateiramente e me agarre. enquanto adormeço, mexo ligeiramente os ombros para sentir o lençol a roçar na minha pele. sei que é estúpido e infantil mas não serei eu tudo isso?

e mais uma vez bebo e sinto-me a arder por dentro.

19.9.07

Fenómenos do Acaso


Hoje ia na rua quando a chiclet caiu ao chão. do nada apareceram quatro velhas que me espancaram com as suas malas. dentro delas havia pedras e fui espancado violentamente em todo o corpo. doeu muito e chorei que nem um bébé, não senti o meu ego diminuir mas sim o meu nariz, que se assemelhava a uma mancha de ketchp.. perguntei-me se alguém iria lá molhar batatas ou afundar um fio de esparguete.
poderia ser que a esparguete, que por acaso se chamava márcia, iria penetrar-me o cérebro e socializar com os meus neurónios. comunicariam com impulsos electricos por isso a Márcia deveria ser descente de enguias.
Segundos depois senti uma enorme dor de cabeça e agarrei-a, não a dor mas a cabeça e abri o olho esquerdo. as velhas tinham-se ido embora e o meu nariz estava intacto. Peguei na chiclet, levantei-me e fui ao starbucks.

18.9.07

1 ano de vida! 1 ano de vida! 1 ano de vida!
Não é emocionante?
Parabéns a mim! Parabéns à Matilde!


Parabéns ao blog!

.Versão 1962:



.Versão 1997:



Quero que me dês uvas sem caroço enquanto me banho em leite.
Quero que me lambas os pés enquanto vejo o Dr. Phill.
Quero que me leves à lua enquanto faço ovos mexidos.


Quero que sejas o MEU ESCRAVO!

fazes-me panquecas?

por favor.

16.9.07

"O Doutor Jivago"

Eu tenho pena da Lara. Está com um esgotamento.

15.9.07

O poema pouco original do medo


O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis

Vai ter olhos onde ninguém os veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo

(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

*

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos




1960, Alexandre O’Neill
Poesias Completas

14.9.07

Guerra

“Eu fui amaldiçoada.”, Acho que esta é uma das frases que mais ouvi a minha mãe dizer e tudo porque o meu pai morreu sem me conhecer.
Morreu novo, na guerra, e a minha mãe viu tudo, era repórter na altura. Achava que tinha uma missão, que devia passar por momentos cruéis, ver sangue e morte para depois mostrar ao mundo os podres da guerra e de quem a faz. Claro que depois apareceu o meu pai e a minha mãe começou a ver a vida de outra maneira.
Ela dizia que ele era um homem muito bonito e que eu tinha mais traços dele do que dela. As sardas e os cabelos pretos nunca foram uma combinação muito vulgar.
Acho que ele era um homem muito bom e um dos melhores soldados, mesmo tendo sido forçado a entrar naquela guerra. Ele estava contra ela e por isso não devia ter morrido a combater.
A vida abandonou o meu pai mais cedo do que o que era suposto e eu e a minha mãe estávamos destinadas a ficar sozinhas, porque ela não estava disposta a amar outra vez.
Acredito que se fosse ao contrário, se tivesse sido a minha mãe a morrer, o meu pai ia sentir o mesmo. Eles eram o mesmo ser, completavam-se e nunca pensaram, se quer, em separar-se.
Uma vez a minha mãe disse-me que é muito difícil sentir-se amor, carinho, amizade e paixão pela mesma pessoa, e eles conheceram-se num momento tão complicado, passaram tanto tempo juntos, que acabaram por sentir tudo isso um pelo outro.
Foi a minha mãe que encontrou o meu pai morto e isso foi o pior que podia ter acontecido. Nunca mais tirou a imagem do corpo dele, desfeito, da sua cabeça.
Desde aí, a ideia de que também ela devia ter morrido não a abandonou mais, assim como as doenças que começaram a afecta-la tanto psicológica como fisicamente, doenças essas que acabaram por tirá-la de mim.
Ela tinha um baú onde guardava todos os retratos que tirou do meu pai e todas as imagens de medo e ódio que captou com a sua Zeiss Ikon que tanto adorava. Hoje esse baú é meu, é parte do que eu sou e também como a minha mãe eu abro-a todos os dias e penso o quão irónica e imprevisível a vida é.
Para ser sincera, agora eu é que me sinto amaldiçoada. Nem duas décadas de vida tenho e já sou orfã de pai e mãe. Ela deixou-me, finalmente conseguiu o que queria, vai ter com ele, e não sei se hei de ficar feliz por isso, por o sofrimento dela ter acabado, ou se me hei de sentir a pessoa mais atraiçoada do mundo por ter tido uma mãe que nunca soube amar sozinha. Deixou-me, sem piedade, porque viveu todos estes anos submersa no passado, esquecendo-se que metade de mim é ele e que eu podia ter sido o motivo para continuar viva.
A minha mãe viveu de amor e egoísmo, viveu das sombras da guerra. Não era perfeita e acabou por morrer nas mãos do que a manteve viva.


" Se eu nunca disser "Olá!", também nunca vou ter de dizer "Adeus!". "

6.9.07

atirei o gato ao pau.

sem pudor, sua barriga foi esventrada e o gato… o gato. O gato miou. Ouvem o gato? O pobre gato preto manchado de sangue, o pobre gato preto. Poderiam as superstições salvá-lo… mas não, o gato morre em sangue. As suas garras rasgam o céu com o atrevimento de um tolo. O seu miar insulta o de lá de cima com a loucura de um doido. E o gato… o gato Morre!


O pau, esse felizardo, continuou com a sua frondosa vida de inerte morto

1.9.07

Aceito dedos com indulgência,
vagidos dentro de mim sobem à terra.
Aqui não há céu, pelo menos para já;
Neste húmido quarto de betão, deus não me corrompeu.


A maça apresenta-se à minha frente, despida de casca, prestes a ser comida.
Sou Adão profano, Senhor de deus
Sou herege amante, servente de Eros.
Neste húmido quarto de betão, deus não a corrompeu.