22.5.07

Quando deixamos de fazer das coisas algo obrigatório tiramos muito mais partido delas. É o que se passa actualmente com este blog, ele tornou-se um simples caderno virtual no qual rabisca-se a merda que nos inunda o interior do crânio.

hoje vou fazer um monólogo.
Decente.

Hoje fui à igreja. Ia um senhor de óculos, com cerca de 40 anos, ar pacífico, à minha frente. Olhou a porta da igreja e entrou, e eu, não sei bem porquê, segui-o. Foi um impulso talvez, porque esta não foi a primeira vez que tive quase para entrar na igreja, só que havia sempre medo e receio e nunca entrava, a sensação de ser uma reles pecadora que não é digna de entrar na "casa de Deus"...
Mas hoje entrei. O coração batia-me nas costelas, os pensamentos emaranharam-se como novelos de lã mas os pés moveram-se... Pisaram o chão frio que a empregada lentamente limpava, move banco, levanta pano, limpa limpa.
Cheguei aos bancos e ajoelhei-me, entrelacei as mãos e olhei em frente. E não vi, não vi a luz, senti medo, medo de pensar no que não devia. É estranho isto, quando tu estas na igreja sentes que os teus pensamentos são audíveis, que alguém te viola a mente. Eu tentei orientar-me e depois comecei a pensar. A igreja não é algo penoso, não é uma mentira acho eu, acho que é um sitio onde tu simplesmente pensas e onde ganhas a capacidade de julgar os teus próprios actos, receando que um Deus também o faça. Pensei e acho que me vou confessar, vou tentar encontrar a minha fé, encontrara-me a mim própria.
Quando era pequena, o meu pai disse-me para olhar para as montanhas e pensar o mais que pudesse, com muita muita força, e desejar que elas se movessem, que o desejasse incessantemente e que acreditasse. Que isso era fé e que um dia iria pensar muito e desejar muito que as montanhas se movessem.

Hoje tenho 17 anos e 25 dias e desejo que as montanhas se movam.

1 comentário:

Anónimo disse...

a igreja não e um espaço, ela esta cá dento

as pessoas comuns é que precisam de ser ditas o que fazer, quando fazer e onde o fazer...

tenho dito(tou apaixonado)