29.8.07

Um pote laranja fez de cavalo de Tróia na secretária, a sua tampa elevou-se com o rufo dos tambores imaginários e milhares de soldadinhos hologramas saíram de dentro dele como uma enchente que tudo destrói. Soaram as armas, os gritos e os pés a baterem no chão, foi o caos no meio do nada. Os soldadinhos continuaram a disparar e decapitar o ar que silenciosamente clamava por ajuda. As espadas eram esbracejadas ao acaso, rompendo peitos e músculos, derramando um sangue que era tudo menos líquido. O pó elevou-se no ar como uma praga de gafanhotos e envolveu os soldadinhos que continuavam a correr de um lado para o outro. Os seus distintivos brilhavam face à incandescência do sol e também eles matavam com a ferocidade da cegueira. Tudo era destruição nestes soldadinhos hologramas. E agora eles cantam a vitória! VITÓRIA!
Correm de novo para o pote, a tampa fecha-se.
O ar continua vivo.

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