22.7.07

ele gostava de matar coisas. talvez fosse pelo poder, sim deveria ser isso. ter a vida da alguém nas suas mãos, fazê-la rebaixar-se, procurando piedade, e por fim aniquilar qualquer esperança esmagando o frágil pescoço com as suas gigantes mãos.

era 13 de junho e a rua hoje estava bastante convidativa. pegou no sobretudo e bateu a porta com estrondo. pós o pé numa poça da água mas isso hoje não importava, a rua cheirava a morte.
um pássaro caiu-lhe aos pés, vindo do céu. "é a dádiva de deus, a morte é a dádiva de deus". pegou no pássaro e arrancou lhe a asa, guardou-a no bolso. "há pessoas que andam com patas de coelho, eu cá prefiro asas de pássaros"

uma vez tinha lido um livro sobre um senhor que punha pássaros vivos nas caixas toráxicas das suas vitimas, depois de lhes cortar os seios e de as violar. isso era amor para ele. dar-lhes a vida de volta, o pássaro vivo, atado, no lugar dos seus corações. não era simplesmente largar os corpos como se estes tivessem sido inúteis ao seu serviço, não senhor! era trata los com carinho e cuidado, ata-los com fortes nós e delicadamente atira-los para o caixote do lixo. dar a morte como alimento às ratazanas.

ele rejubilava ao ler a paixão pela morte de outros e admirava-os. ele sentia-se verdadeiramente altruísta, deixar-se sobreviver neste reles mundo, proporcionando o milagre do fim aos outros, mandando-os para longe daqui e para um lugar que ele acreditava ser bem melhor que este.


Fim?

2 comentários:

Zero disse...

lê a aparição
Vais adorar...

Belle Chior disse...

assustaDORAmente maravilhoso!! clap clap yeah clap clap clap yeah