30.9.07

eram três da manhã quando abri a janela e vi o sol. soube que devia estar muito drogada para ver tal coisa mas isso pouco me importou.
fechei a janela e voltei a abri-la. fechei-a de novo e ABRI! e sol continuava lá, uma enorme mancha amarela no azul da noite. sorri como nunca e corri pela casa.
ouvi vozes a sussurrarem-me no ouvido, todas diziam "dança dança...". fiz o que me disseram e dancei. rodopiei como um pião e acabei por cair no chão, mesmo por debaixo do parapeito da janela. fechei os olhos e inspirei, senti todo o meu corpo a inchar, inchar e mesmo perto da explosão, abri os olhos! Saltei e atirei-me contra a cama, contra a cadeira, contra as paredes! sangrei do joelho e pingas de sangue pintaram o chão. pus o dedo numa delas e desenhei uma cara, tentei que fosse minha mas não consegui. ao invés, desenhei a cara do sol. sorri para ele e ele para mim. de repente vi fadas, pegaram-me nos cabelos e começaram a fazer-lhe tranças. depois pensei "e se eu lhes desse o meu cabelo? já não me faz falta... mas isso daria muito trabalho. e se eu cortar a cabeça???"

depois não sei o que fiz mas sei que agora já não tenho cabeça.

1 comentário:

Anónimo disse...

amor respira violência.